Eu que passei a vida citando o poeta que tentava descrever
uma rosa acabei ao longo do tempo encontrando um botão, que já no início
mostrava sua vitalidade, sua ousadia, irreverência, audácia, alternando tudo
isso com suavidade, mansidão, demonstrando que a maturidade seria esplendorosa.
O que enxergava naquele tempo, não era nem sombra daquilo em
que esse botão se transformaria. No
entanto, me permiti acalentar o sonho de cultivar esse botão de “flor” e
propagar até onde me fosse possível tantos significados que nele enxergava.
Muitos diziam que era um
simples botão, um arremedo, como outro qualquer que brotara no jardim.
Não!; não era assim, segundo pensava, mesmo porque sempre enxerguei o especial
com faro de lince. Posso não ser especialista em nada, mas em matéria de “flor”
eu sabia que era capaz e aquele botão não era comum, não era apenas mais um.
Por isso julguei que não poderia estar errado e passei a propagar quão singelo
seria aquele botão que iria se transformar numa rosa linda.
Já no início, com o vicejar de suas pétalas tentando se
abrir, era possível sentir um perfume agressivo, audaz, místico, inebriante,
envolvente e arrebatador. Quem tinha a possibilidade de visualizá-lo ou se
encantava ou depreciava. Não era possível ver e calar.
Eis que o tempo fazia sua parte, levando-me numa viagem
alvissareira e reveladora. Acompanhei e recebi uma aula de como desabrocha uma
flor, uma rosa, aquela que tem todos os significados embutidos em sua
consistência. Seu despertar foi uma enorme festa em todos os jardins do mundo.
A notícia corria entre as flores de que ela estava pronta, formosa, exalando um
perfume que jamais alguém pudera sentir.
Mais do que nunca o significado da rosa se materializava, se
consubstanciava e talvez fosse além do que o poeta dissera: “Uma rosa é uma
rosa, é uma rosa, uma rosa, uma rosa, uma rosa!...”
Indescritível estar próximo e incrível vê-la exalando sua
beleza e perfume de forma impávida. Impossível! Jamais vi alguém deixar de se
curvar a tantos atributos. Estando sempre próximo pelas ondas do bem querer,
acompanhei e acompanho o esplendor da
“flor”.
Aos que renegam o poder de tamanhos atributos só mesmo se
pode julgar que os maus fluidos, a inveja tenta se sobrepor ao que me encanta e
alegra. Ver a “flor” em sua plenitude, arrebanhando admiração traz o
contentamento que tem o significado da certeza do que sempre pensei: a rosa
desabrochou e vive com toda intensidade o frescor de uma primavera que poderia
ser eterna.
Estou longe da linha de raciocínio dos grandes pensadores.
Quem me dera ter os lampejos de um poeta. Não consigo ir além das minhas
limitações, mas de certo que diante de tanto viço, de tanta vida em ebulição,
seria cruel não me manifestar.
Até mesmo quando essa “flor” viaja pelos recônditos da
permissividade, falseando e interpretando como se fora “flor do pântano”, não
me furto em dizer que todos os seus encantos continuam presentes, oferecendo
apenas um coquetel para impulsionar a libido alheia.
Eis portanto a rosa materializada e personificada na figura
doce e agressiva que é Fani Pacheco, uma deusa que povoa o imaginário daqueles
que apreciam o belo. Aí está o resultado final daquilo que anos atrás comecei a
delinear daqui mesmo, deste humilde e despretensioso blog.
E diante de tão raro exemplar de “rosa”, descreve-la seria
missão tão árdua que não me sinto capacitado para tanto e só poder parafrasear
o poeta:
-Fani é uma rosa, é uma rosa, é uma rosa, é uma rosa!!!
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