O QUE É PIOR?

Na onda do 2º turno, os escândalos que sacudiram o Brasil durante o governo Lula vão estar presentes na campanha, sem sombra de dúvidas. Mensalão, Caixa Econômica, dinheiro na cueca, Erenice do Gabinete Civil e tudo aquilo que veio a tona, denunciado pela imprensa, que o governo quer castrar, certamente estarão sendo lembrados para que o eleitor não esqueça.

A disputa entre Serra e Dilma não vai se restringir ao debate das ideias e de alguma maneira essas lembranças estarão na pauta. Resta saber qual o resultado prático disso tudo. O que ficará no ar é a pergunta evidente: o que quer o povo Brasileiro?

O eleitorado de Marina Silva, candidata do PV que propiciou o 2º turno no Brasil é que estará sendo alvo dos dois candidatos porque é capaz de definir quem será o novo Presidente do Brasil. Esse eleitorado deu demonstrações claras de que não tinha interesse em contribuir para que a turma do Lula se eternize no comando do país, mas também tinha e tem receios lógicos de promover a volta do PSDB ao governo.

Agora fica definitivamente sepultada a possibilidade de que uma terceira força política, independente, possa governar, restando a definição plebiscitaria que diz sim a essas práticas que o governo do PT estabeleceu ou renega essa possibilidade.

O Brasil vive um clima de expectativa e o povo está acuado com a responsabilidade de escolher entre o que é ruim e o que não interessa. Certamente que as perspectivas de progresso e desenvolvimento com ênfase na educação estão prejudicadas. Os investimentos neste setor tão subjugado podem ter ficado para o futuro, mas é urgente que se cuide da segurança, da saúde, oferecendo oportunidades de emprego para o povo, afim de evitar o clientelismo de fornecimento de Bolsa Família.

Urge que o Brasil de um pouco mais de atenção aos seus idosos, aposentados. Nosso país está ficando velho e relegar essa população a um patamar de esquecimento é impiedoso e também um desperdício porque experiência e competência não podem ser jogados no ostracismo como fazemos. Essa gente tem muito a contribuir, quer e só não o faz por falta de oportunidades, por discriminação.

A ameaça velada que Lula e Dilma deixam no ar contra a imprensa é um fato que merece destaque também, porque demonstra o desejo de colocar um cabresto naqueles que denunciam as falcatruas, que noticiam a bandalheira e que demonstram que nosso país ainda vive como uma “República de bananas”. A imprensa tem que ser livre, sempre. Não se justifica que o Brasil conviva com a possibilidade de ter a única voz que se levanta contra a bandalheira sendo calada a custa de que interesses mesquinhos sejam protegidos. Quem se valeu dessa mesma imprensa, quem chegou ao poder por ter como aliada uma imprensa que denunciava as mazelas não pode agora querer agir como se fazia na época da ditadura. Hugo Chaves, aquele ditadorzinho engordurado e invejoso faz isso na Venezuela para calar seus oponentes, mas convenhamos que sua lição não se aplica aqui e qualquer ameaça deve ser rechaçada pelo povo.