terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O POTE DE OURO DE RAFA


E o Rafa saiu. Como queria o Brasil, o cidadão deixou o BBB com seu ar indefectível de soberba, com sua pose perdida no espaço, com o aperto provocado pela rejeição de uma proporção não imaginada, com a empáfia atingida em cheio pela vontade popular, com a ironia solapada por uma legião de pessoas que vivem o BBB como se fosse a continuidade de seus lares, rechaçando maldades, inveja, covardia, mentira e dando gargalhadas na cara de quem pensa poder iludir o imaginário popular de forma vil.

Saiu Rafa porque foi a extremos, deixando por lá um Yuri que tinha também condições de sair diante de qualquer oponente, menos dele Rafa. Yuri chegou a esboçar mudanças de comportamento depois que Laisa saiu do programa, acordando para uma realidade que se recusava a enxergar, mas não o suficiente para conseguir desse público imenso a absolvição para seu modo grosseiro inicial. Yuri e sua também irônica forma de agir não engana e vai sair logo.

O Rafa que saiu hoje talvez não seja o mesmo de amanhã, quando terá conhecimento do estrago que fez com sua imagem, com suas possibilidades. E não adianta querer dizer que os prêmios que ganhou são suficientes para cobrir suas pretensões. Ele queria mais, porém o povo sabia e não permitiu.

BBB é um jogo de convivência, onde o comportamento tem fundamental importância. É exatamente através disso que um jogador estabelece sua relação com o público. Este relacionamento é silencioso, intocável, mas existe e é determinante para fixar e determinar rumos. É justamento através do comportamento que se estabelece o vínculo jogador x público e se houver o enlace, nada pode interferir na caminhada.

Rafa foi o jogador inconsequente, incapaz, desprovido de capacidade para estabelecer esse vínculo com o público. Jamais quis ou percebeu que suas atitudes tinham que ter aprovação. Se não foi capaz de alcançar ou entender isso, que adjetivo podemos dar a uma pessoa assim?

As interferências externas propiciadas por esse participante foram inoportunas até para quem as promoveu. Se de um lado Rafa se queimou com as pessoas que citou, está quase conseguindo queimá-las também porque expôs aquilo que não devia e nem podia. Triste, muito triste a forma de pensar e agir desse cidadão.

Eu desejo ao Rafa muitas felicidades aqui fora, como faço sempre com qualquer participante que sai do BBB. Aqui é outro papo, outra coisa e não analiso BBB para desejar mal a ninguém, porém reconheço que ele vai enfrentar a repulsa de muita gente e será difícil enfrentar a reprovação popular olhando de frente e falando “na cara” como ele afirma ser sua forma de agir.

Rafa reagiu muito com a pecha de político que Fabiana lhe atirou. Ele diz que não é político porque “fala na cara”. Mas e daí?; Falar na cara não significa ter razão, não significa ser correto, não significa ter palavra, educação, dignidade, honradez e vai por aí afora. Conheço muita gente que “fala na cara” e nem por isso deixa de ser pilantra, canalha. Erra o Rafa com seu discurso de rodinha de camelô porque ser correto vai muito além dos valores que alardeou possuir e não conseguiu demonstrar no jogo do BBB.

Saiu o Rafa como sairam tantos outros participantes deplorados pelo público. Saiu meio sem rumo, sem ter o que dizer direito, sem poder responder objetivamente aos questionamentos mais profundos que possam sugir. Saiu de forma lamentável, triste, vergonhosa para um programa que analisa comportamento e onde o seu foi tão violentamente reprovado.

Sai um participante, jogador, cuja palavra não se manteve, demonstrando que ao ser confrontado não tinha a segurança alardeada, a postura, o objetivo verdadeiro de melhorar como disse ao entrar.

Ser grosso para o Rafa parece ser uma virtude, a qual ele se agarra, ligando-a a sua humbridade. Pois o público ligou-a a outros valores como a traição, a falta de educação, a soberba e a empáfia. Esse foi o resultado de sua atuação.

Pois vá Rafa, siga em frente e se possível corrija seus rumos aqui fora. Procure novas formas de agir e de se portar diante de seus semelhantes. A humildade é de ouro e exercê-la mais ainda. No fim do arco-íris talvez você ainda encontre o seu pote de ouro.