sábado, 26 de março de 2011
SALVE-SE QUEM PUDER
Os nervos estão a flor da pele, qualquer deslize de um companheiro é motivo de grave irritação, não há equilíbrio suficiente para determinar ações, as emoções são incontidas, a ansiedade é uma aura que envolve o corpo todo e a proximidade do fim cria agonia. Disfarçar? Até onde for possível, mas sem tanto cuidado que as pessoas possam perceber. Nem é tanto pelo dinheiro e mais pela possibilidade do reencontro com a vida, com as pessoas, com o mundo aqui fora. Estará muito diferente?; Será que serei aceito (a)?
Estar na pele de um brother hoje deve ser algo parecido com isso. Nunca me atreveria, mesmo porque sei que não duraria mais que dois dias lá dentro sem criar um caso para ser expulso. No entanto, assisto porque acho que o ser humano tem limites que não conhece. Sob pressão tudo se altera e ontém ficou provado com a participação de Diana, que tem medo de altura e conseguiu superar a sí mesma.
Imagino que esses finalistas vão precisar de um tempo para poderem atingir um grau de recuperação melhor, mesmo porque este BBB não deu muita trégua aos participantes. A rotina de dois paredões por semana, a ameaça constante, a possibilidade de ver o sonho se desfazer dominaram a mente de jovens, pessoas que buscam um caminho.
Hoje fica definido o último paredão antes da final. Não há previsão de nada, ninguém pode apontar quem vai estar nele. Mas de objetivo o que resta a dizer é que todos merecem ganhar o prêmio e seria até mais justo que fosse logo dividido, o que sei não ser possível.
Ficou de tudo um alívio por não estarem presentes figuras que tinham tudo para estragar essa festa, demonstrando que o público que assiste BBB aprendeu um pouco com as lições repassadas na net. Quem veio durante esses anos em busca de orientação sobre BBB e viu o que era falado nos blogs entendeu que novela é outra coisa e que BBB é um jogo.
Esse amadurecimento do público foi o mais importante dado para que grupinhos como o de Maurício tenham sido defenestrados. Quem for para lá agora saberá que pode fazer amigos, mas não deve se deixar levar pelo discurso de qualquer otário que pense dominar mentes. Tem que agir e andar com as próprias pernas.
Quem vai sair é uma incógnita, mas sairá consagrado por ter feito aquilo que tinha que ser feito. Sairá provavelmente para obter aqui fora as chances e as oportunidades que não conseguiu alcançar lá dentro, mas terá esse reconhecimento e esse respeito.
As chances são iguais, a vontade também. Isso motiva o público, movimenta e não há dúvidas que esses quatro seres humanos se revelaram de tal forma que o público se identifica com eles, com seus gestos, atitudes, maneira de ser. Não vejo como haver vencedores e vencidos dentre os quatro, mesmo que qualquer desavença os atinja.
A final poderia ser com os quatro e o público iria decidir. Não foi o BBB dos ricos e pobres, não está em jogo quem precisa mais. Ninguém alí está esmolando. Com a vida estabilizada, Daniel faz alguma pressão neste sentido, mas não é cabível porque seu padrão de vida não é ruim. Portanto, estão todos em condições parecidas.
O certo não seria dizer “que ganhe o melhor” e sim “salve-se quem puder”.